Verás aqui...

Ah... tanto mar. Tanto amor.
Sou um pedaço de vida que desperta a cada instante. Amo!
Teve um dia em que o mar levou um corpo, cheio de pensar, de achar. Neste mesmo dia o corpo escoriado nadou, sentiu, amou no mar. Viveu em mar. No corpo, agora Maria. Cheia de sentir. Muito que viver, tanto que amar. Ainda sim, cheia de pensar. Mas quando escreve, não pensa, transmite.

quinta-feira, 27 de maio de 2010



Marisa (Monte),

Sabe aquele primeira (carta)? Já mais não é. Agora canto! Dizem encantar. Voz angelical. Celestial até já deram.

Uma das tristezas, das grandes, se foi. Bailou com o sopro do vento, enveredou pelo caminho do canto. Transmutou-se e fez-se primazia. Poesia.
Veio também o violão. Voltou. Ele guardado, de canto, de lado, ao desafinar. Pobres cordas querendo cantar. E a madeira, desejando ser amada outra vez. Abraçada por meus braços. Agora, Marisa, cantamos juntas, as minhas cordas e as dele, do violão. Por vezes fico só a abraçá-lo. Quietos. Bom companheiro de meditação, te afirmo!
Os acordes ainda saem tortos, são também poucos. Mas um professor me disse que com os que eu sei já dé pra fazer 534 músicas. 534! É muita música!
E eu que o deixei a descaso, reclamando de solidão (eu reclamava).
Músicas nos chegam, pela metade, às vezes. Aí inventamos seu resto, ao que lhe cabe. A como nos cabe.
Olha só, um dia pedi por viver, e vivi. Outra vez pedi por cantar, e agora canto. Canto ao meu amado. E é meu amado quem canta por mim (sê-mos sinceras, quando o deixo. Às vezes teimo em cantar e quem canta sou eu. Então não fica tão bonito). É tamanha graça ao sentir a voz que dança pelos fios. Invisíveis e totalmente palpáveis. Fios de sonoridade. Cheios de cores.
Tenho também uma mestra a me mostrar o caminho, do canto. E vi que muito ainda tenho a aprender. Uma das coisas que mais gosto de fazer, vem sendo um bom campo a observar. Mostra muito sobre onde estou.
Cantando vou limpando, curando e resgatando um prazer imenso, preso em um labirinto, que nem sei a saída. Mas há quem está a me mostrar.
Querida, gratidão infinita por sua inspiração.
Receba o meu amor...

2 comentários:

Dea Conti disse...

Te ouço cantar todos os dias... Em vários lugares diferentes... Sua voz torna mais humanos os congestionamentos, mais gostosas as comidas, mais fáceis e criativas as aulas que irei dar... "Om Namah Shivaia..." Canto de rouxinol...

Prem Madhuri disse...

Quando me perguntam se fiz aulas de canto, digo que como humilde cantadora de chuveiro, devo ter ouvido muito minha mãe cantar para mim quando pequena. Agradeço eternamente. Te amo.