Verás aqui...

Ah... tanto mar. Tanto amor.
Sou um pedaço de vida que desperta a cada instante. Amo!
Teve um dia em que o mar levou um corpo, cheio de pensar, de achar. Neste mesmo dia o corpo escoriado nadou, sentiu, amou no mar. Viveu em mar. No corpo, agora Maria. Cheia de sentir. Muito que viver, tanto que amar. Ainda sim, cheia de pensar. Mas quando escreve, não pensa, transmite.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Coração em Primavera

Amor é fogo que arde sem se ver.
O fogo ardia em chamas que chamavam para o Amor, e queimava em pele e brasa. A luz do fogo, em forma dançante, afrontava a chuva numa luta de infantil inocência, em que brincavam de quem ganhava quem. O Amor, que é o pai e é a mãe, em benção acariciava os dois com sopros de ventos. Em comunhão, faziam honras ao nutrir de uma gestação de muitos irmãos que se aninahvam dentro do ventre da Mãe, em perfeita formação. Entre milagres, sobras e graças, tortuosos caminhos nas entranhas causavam dor e contentamento, em gritos de angústia, pavor, êxtase e fantástica alegria.

O Amor é querer estar preso por vontade.
Havia uma escolha, de alimentar o fogo ou engrossar o ventre. Para poucos, com tamanha força, honra e responsabilidade. Eram homens e eram também mulheres. Do fogo se alimentavam. Para o fogo serviam, em servidão presa por vontade. Com o fogo se amavam. Tamanha teimosia da chuva em querer brincar, o fogo era alimentado para crescer, e as pedras, para serem quentes, eram retiradas por homens e mulheres de fogo que adentravam as chamas e se queimavam em dores que desatinavam sem doer.

O Amor pode causar nos corações humanos amizade.
A concepção foi feita por braços quentes, calorosos por cheios de Amor. Corpos foram paridos quentes, repletos, plenos e transbordantes de Amor. Abraços, de braços em braços em roda de cura, em volta do fogo, louvaram o Amor. Corações bateram em peitos alheios, saudando um ao outro em benção à vida e gratidão ao Amor. A chuva cansou de brincar. Em seu golpe último ao fogo, deu-lhe um beijo e disse que se ia, o esperaria no silêncio até que ele ainda fosse solicitado a aquecer os corpos e corações dos novos filhos da Mãe. Esses em festa, cantaram aos sonhos que essa noite iriam ter.

O Amor é nunca contentar-se de contente.
Os novos filhos agora, mais um pouco, sabem que são Luz. Há ainda muita sombra por se perder, mas sabem que são Luz. Voltam para o caminho, e o coração mais forte por ser mais ouvido, palpita cheio de felicidade em peitos que se abrem um pouco mais, e sussurra docemente a cada um que se tenha paciência, pois em seu tempo, como as flores em primavera, desabrochará cheio de vida, perfumes e cores.


3 comentários:

Anônimo disse...

Ontem o Marco disse que a massagem é um dom...Fala sério Maria!
Você não tem o dom, mas é o próprio!
Dádiva é poder ouvi-la, senti-la...é presenciar a sua expressão em palavras.
Dança com elas com tamanha fluidez, profundidade e respeito...pura manifestação da alma!
Ahhhh..., que bom nadar nesse mar Maria!
Viva Maria!
Deixe seu coração desaguar e florescer nesse mar!
Revivi.Choro como a chuva do dia...
Obrigada, obrigada, obrigada Maria!
Beijo,
Frá.

Lúcia BL disse...

A minha imagem do temazcal também vem de um poeta. Não Camões, mas William Blake: The Lovers' Whirlwind.

http://bp2.blogger.com/_snyK7GlbhbQ/SEGVsY3SP-I/AAAAAAAAB5E/Bj8jx3e6pt0/s1600-h/william_blake_lovers.jpg

Dea Conti disse...

Lindo, lindo, lindo!
Te amo e morro de saudade.
Estamos tão perto... por que tão longe?

beijos da mama
que muito te admira